Mecanismos de Saída do Investidor-Anjo - Estratégias de Desinvestimento

2/3/22

O Investimento Anjo é aquele em que os investidores (pessoa física, jurídica ou Fundos de Investimento), com recursos próprios, aportam capital em empresas iniciantes, as quais têm alto potencial de crescimento.

Esse investimento também é conhecido como smart-money, pois os investidores, normalmente, agregam valor à empresa e/ou aos empreendedores com seus conhecimentos, experiências e rede de contatos, além, claro, do recurso financeiro.

A intenção do investidor ao aportar dinheiro nessas empresas iniciantes é, claramente, concluir a operação com a conversão em participação societária e, posteriormente, vender essa participação e auferir lucro. “A tese do investidor anjo baseia-se justamente na relação entre risco e retorno” [FILHO, Emanoel Lima da Silva. Contratos de Investimento em Startups: Os Riscos do Investidor Anjo. 2019. p 56].

Bom, para falarmos de mecanismos de saída do investidor, primeiro, precisamos falar sobre as formas contratuais mais comuns que são responsáveis pela operacionalização desse tipo de investimento, que são os contratos conversíveis, sendo o Mútuo Conversível o mais usual. Já falamos dele aqui no blog, mas, resumindo, ele funciona como o mútuo convencional, em que o mutuante (investidor) concede determinada quantia em dinheiro ao mutuário (empreendedor ou startup) à título de empréstimo e em contrapartida ao direito de, na data de vencimento, escolher entre receber o dinheiro ou converter (daí o nome - conversível) o empréstimo em participação societária.

O objetivo tanto do investidor quanto dos fundadores é que a startup se consolide no mercado e cresça vertiginosamente, multiplicando, assim, os valores investidos. E como isso ocorre? Para que o investidor e o empreendedor tenham lucro, eles precisam vender a totalidade ou parte da participação societária que possuem.

A venda da participação societária é uma questão estratégica e deve ser analisada e estudada em cada caso concreito. Há situações em que o empreendendor não está à frente de uma empresa apenas para auferir lucro e, muitas vezes, nestes casos, esses founders permanecerão no controle da startup. Quanto aos investidores, estes sim almejam unicamente a benesse econômica e, por essa razão, estudam a melhor forma de realizar o desinvestimento, que é como chamamos a saída vantajosa, ou nem tanto, do investidor.

Bom, e quais são os mecanismos de saída existentes (eventos de liquidez)?

  1. Venda da Participação à Esse é o mecanismo de saída mais comum e, possivelmente, menos trabalhoso, que é quando o investidor vende a sua participação para terceiros, para os próprios sócios (recompra) ou, ainda, para outros investidores (venda secundária) que querem aportar na startup;
  2. Abertura de Capital (IPO – Initial Public Offering) à Essa forma de desinvestimento é quando a empresa resolve (claramente uma questão estratégica) abrir capital e ofertar as suas ações ao público na Bolsa de Valores. Esse procedimento é complexo, burocrático e caro, logo, deve ser muito bem estudado para que seja mais vantajoso para a empresa;
  3. Venda de ativos à É literalmente a venda de ativos da empresa para adimplemento de obrigações financeiras ou para distribuição de resultados aos sócios e investidores, chamada também de recuperação de capital. Essa operação deve levar em conta a situação contábil da empresa, impactos operacionais, custos de produção, dentre outras análises mercadológicas.
  4. Perda total à É quando ocorre literalmente a perda dos recursos aportados pelo investidor. Neste caso, a praxe do mercado é que ocorra a venda da participação societária aos próprios fundadores (recompra), contudo, com um valor simbólico (risco da operação).

Então, concluímos que o desinvestimento acontece quando o empreendedor e/ou o investidor vendem as suas respectivas participações societárias, além, claro, de mecanismos de saída menos vantajosos para o investidor, como a própria perda total do valor investido. Todas as opções de saída devem ser criteriosamente analisadas pelos investidores e empreendedores com assessoria de um corpo técnico especializado.

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